Amigo fui a um cartório,
Na cidade de Resende;
Foi mais triste que velório,
Quando nem vela se acende!
Indaguei (como um anônimo)
Pra registrar um pseudônimo,
Se aquele cartório atende.
O rapaz que me atendeu
Levou um susto danado!
Disse que não entendeu,
Olhou pra trás e pro lado,
Coçou a cabeça e o nariz
E eu acho que por um triz
Não foi ao chão desmaiado!
Falei então: Meu amigo,
Eu só quero registrar...
E ele: Concordo consigo.
Só precisa me informar
Qual o nome da criança.
Tenha toda confiança
Que nós vamos silenciar!
- Só quero, amigo, saber
Como registro um pseudônimo
(escrevi pra ele ler)...
E ele buscava um sinônimo
- o que o senhor quer é nome?
Falei: Não, nem sobrenome;
Você já vai entender.
Ele disse, ah, eu já sei!
É quando o nome é igual!
Também não é, eu falei,
Com paciência total...
Falei, não, isso é homônimo,
Mas o que eu quero é pseudônimo,
Nome fictício, irreal...
Tomado de outro espanto,
Perguntou-me: Nome o quê?
- Fictício !... E
ele olhou pro canto:
Vou resolver pra você!
Voltou: Moço, num é aqui não!
Feitiço é religião...
Num é aqui, nada a "vê"!
Olhei pro céu e rezei...
Falei pra Santa Constância
Que em todo canto que andei
Nunca vi tanta ignorância!
Tive pena do Brasil,
Nação de um povo gentil
... E de burro em abundância!...
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